ESPECIALIDADES
Descrição: Ramo que estuda, sob o ponto de vista cirúrgico, as doenças que são oriundas dos órgãos responsáveis pela digestão dos alimentos. No seu campo de ação, estão as patologias e cirurgias envolvendo o esôfago, estômago, duodeno, pâncreas, fígado e vias biliares, intestino delgado e órgãos anexos, além da cirurgia da obesidade. O cirurgião do aparelho digestivo necessita, além da graduação em Medicina, de 2 anos de Residência Médica em Cirurgia Geral e 2 anos de Residência Médica em Cirurgia do Aparelho Digestivo.
O que é: A origem da palavra “colo” se refere ao intestino grosso, “procto” ao ânus e reto é “logia” ao estudo. Portanto, coloproctologia é a especialidade médica que se dedica ao estudo das doenças do cólon, do reto e do ânus. O coloproctologista realiza tratamentos clínicos, exames endoscópicos e procedimentos cirúrgicos relacionados a essas enfermidades.
Descrição: A Gastroenterologia é o estudo da função normal e as doenças do esófago, o estômago, o intestino delgado, os dois pontos e o recto, o pâncreas, a vesícula biliar, os colagogos e o fígado. Um gastroenterologista precisa de ter uma compreensão detalhada da fisiologia normal de todos os órgãos assim como mobilidade acima mencionados através dos intestinos e do aparelho gastrointestinal a fim manter uma digestão saudável, absorção dos nutrientes, remoção dos processos waste e metabólicos. Um gastroenterologista igualmente precisa de ter uma compreensão clara das doenças que afetam os órgãos do sistema gastrintestinal como:
- doença da úlcera péptica;
- cancros gástricos;
- cancros esofágicos;
- achalasia;
- doença da úlcera péptica;
- pólipos dos dos pontos;
- cancros esofágicos;
- pancreatite;
- cancros do pâncreas;
- colecistite;
- doença biliar do intervalo;
- pedras e cancro da vesícula biliar;
- hepatite;
- maré baixa gastroesophageal;
- colite;
- problemas e má absorção nutritivos;
- Síndrome do intestino irritável (IBS);
- um anfitrião de outras condições da doença;
- Doença do Refluxo Gastroesofágico | DRGE
O que é Doença do Refluxo Gastroesofágico | DRGE?
É uma condição onde há passagem do conteúdo gástrico (ácido, alimento, bile) para o esôfago ou estruturas próximas a ele, causando sintomas desagradáveis ou complicações. É um dos diagnósticos mais comuns na gastroenterologia, pois afeta de 12% a 20% da população brasileira.
Por que ocorre DRGE?
Vários fatores estão relacionados à DRGE. O principal deles é a incompetência ou mau funcionamento da válvula entre o esôfago e o estômago (chamado de esfíncter esofagiano inferior). Outra condição que favorece o refluxo ácido é a presença da hérnia de hiato que se caracteriza pela migração de parte do estômago para a cavidade torácica.
Quais os sintomas da DRGE?
Os sintomas podem ser esofagianos ou extra-esofagianos (fora do esôfago). Os sintomas esofagianos, também chamados de típicos, são a pirose (azia ou queimação no peito) e regurgitação (quando ácido ou alimento com ácido sobe pelo esôfago). Já os sintomas extra-esofágicos, comprometem órgãos próximos ao esôfago, especialmente a laringe (causando tosse, rouquidão ou pigarro) e o pulmão (causando asma, tosse ou fibrose pulmonar). Outro sintoma importante da DRGE é a dor torácica, que por vezes simula a dor cardíaca (angina).
Como a DRGE pode ser diagnosticada?
Muitas vezes somente pelos sintomas de pirose e regurgitação há forte suspeita de DRGE. No entanto, a confirmação da doença pode ser feita por exames. A endoscopia digestiva alta é o exame mais solicitado e ela permite avaliar as lesões causadas dentro do esôfago pelo refluxo de ácido, além de verificar a presença de hérnia de hiato. Há exames que quantificam o refluxo como a pHmetria ou impedancio-pHmetria. Dependendo de cada caso, outros exames também podem ser realizados.
Como a DRGE pode ser tratada?
O tratamento visa controlar os sintomas, cicatrizar as lesões e prevenir as complicações da DRGE. Atualmente há três modalidades de tratamento: clínico, cirúrgico e endoscópico. A grande maioria dos pacientes se beneficia do tratamento clínico que envolve medidas comportamentais e utilização de medicamentos que bloqueiam ou inibem a produção de ácido pelo estômago. As medidas comportamentais mais eficazes para controlar o refluxo são a perda de peso, comer menores quantidades de alimentos durante as refeições, não deitar logo após comer, consumir bebidas alcoólicas com moderação e não fumar. O tratamento cirúrgico está reservado para casos especiais, assim como o tratamento endoscópico. Cada indivíduo tem uma situação particular que necessita ser analisada pelo médico e, juntos, médico e paciente, podem definir a melhor abordagem para o combate da DRGE.
- DISPEPSIA
Dispepsia é um termo utilizado para caracterizar dor localizada no epigástrio (andar superior do abdômen), geralmente acompanhada da sensação de desconforto como peso, plenitude e empachamento pós-pradial, distensão do abdômen superior, eructações, saciedade precoce, náuseas e vômitos.
É uma condição clínica bastante frequente podendo afetar 15 a 40% da população adulta e contribui para diminuição na qualidade de vida do paciente.
Causas
A dispepsia pode ser causada por doenças que acometem o estômago e duodeno como úlceras pépticas, medicamentos, dentre eles os antiinflamatórios, infecções como o Helicobacter pylori, parasitoses, câncer do trato digestivo; doenças pancreáticas; na vesícula biliar (pedra na vesícula), entre outras.
Na ausência de doenças estruturais ou metabólicas, a dispepsia é considerada funcional.
Diagnóstico
O diagnóstico é baseado nos sintomas, tempo de duração, avaliação dos fatores ambientais e uso de medicamentos que possam estar relacionados à sintomatologia.
A endoscopia digestiva alta é um importante método diagnóstico, sobretudo nos casos com sinais de alarme como emagrecimento, anemia , idade avançada. A investigação complementar deverá incluir a pesquisa do H.pylori e, caso presente, realizar o tratamento específico.
A investigação complementar inclui ainda exames laboratoriais e ultrassonografia.
Tratamento
Apenas o seu médico é capaz de determinar qual o melhor tratamento para a dispepsia.
A abordagem deve ser individualizada. No caso da dispepsia secundária, enfatiza-se o tratamento da doença de base. Na dispepsia funcional é importante a mudança no estilo de vida: alimentação saudável, refeições fracionadas, com menor volume, menor teor de gordura, exercícios físicos regulares, bem como cessação do tabagismo. Isso somado ao reconhecimento dos fatores emocionais que podem estar influenciando no agravamento dos sintomas e o tratamento medicamentoso.
- SII: Síndrome do Intestino Irritável (IBS)
É uma doença onde há alteração do funcionamento dos intestinos, porém sem modificações anatômicas, bioquímicas ou estruturais destes órgãos. A SII é mais frequente em mulheres e os sintomas geralmente iniciam entre os 25-55 anos.
Numa recente reunião com experts internacionais (Consenso de Roma IV), foi proposto que a SII não fosse mais classificada como funcional, mas como um distúrbio da interação entre o intestino-cérebro. Na maioria das vezes, a SII é desencadeada após infecção intestinal ou estresse intenso (patológico).
É uma doença multifatorial (de múltiplas causas), porém os principais mecanismos que levam a esta situação são:
- alterações neurológicas entre o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso entérico (SNE), que modificam a sensibilidade e o movimento peristáltico intestinal;
- alteração da microbiota intestinal (flora intestinal);
- alteração de substâncias químicas chamadas neurotransmissores, como, por exemplo, a serotonina.
Certos alimentos podem agravar os sintomas e é comum a associação de intolerâncias alimentares com SII.
Os sintomas clássicos da doença são: dor e distensão abdominal associadas a alteração da evacuação, podendo ocorrer tanto constipação quanto diarreia. Vale ressaltar que esses sintomas são comuns a várias doenças intestinais, por isso a avaliação clínica realizada por especialista é fundamental para o diagnóstico correto.
O diagnóstico é essencialmente clínico, já que os exames complementares, sejam eles bioquímicos (sangue e fezes), endoscópicos, histológicos e radiológicos não mostram alterações.
É uma doença com bom prognóstico e não evolui para situações de gravidade. No entanto, pode afetar significativamente a qualidade de vida dos indivíduos acometidos por ela.
O tratamento deve ser individualizado, mas basicamente consta de orientações dietéticas, utilização de probióticos (por exemplo, os lactobacilos), medicamentos que atuam na musculatura intestinal e controle dos aspectos emocionais como ansiedade e depressão.
Dra Sandra Beatriz Marion
Professora Adjunta de Gastroenterologia PUCPR
Titular em Endoscopia Digestiva pela Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED)
- Refluxo Gastroesofágico
Causas: O ácido clorídrico e os alimentos conseguem fazer esse caminho de volta por conta do enfraquecimento de uma válvula que fica entre o esôfago e o estômago. No entanto, ainda não se sabe de forma clara o que provoca essa extenuação.
A doença do refluxo é uma condição comum, que afeta cerca de 5% das pessoas com sintomas diários. A incidência do problema aumenta com o passar dos anos, mas pode ocorrer em qualquer idade.
Diagnóstico: A investigação da doença do refluxo é feita com base nos sintomas do paciente e pode ser confirmada por meio de exames. O mais importante é a endoscopia digestiva alta, mas outros como, por exemplo, a radiografia, pHmetria, manometria do esôfago e laringoscopia também podem ser solicitados.
Tratamento: É importante tratar corretamente o refluxo para evitar prejuízos graves à saúde. Se não for feito, o paciente pode apresentar sintomas desagradáveis que pioram a qualidade de vida e ter complicações mais sérias.
O tratamento de refluxo pode ser clínico ou cirúrgico.
- Tratamento Clínico: Consiste no uso de medicamentos e mudanças de hábitos alimentares bem como de estilo de vida. Confira algumas dicas:
Medicamentos: atualmente existem vários que reduzem, consideravelmente, a produção de ácido no estômago. Por consequência, reduz o refluxo de ácido para o esôfago. Os mais utilizados são, por exemplo, omeprazol, lansoprazol, pantoprazol, rabeprazol e esomeprazol. Embora não curem o paciente, estes remédios são capazes de aliviar os sintomas pelo período em que estiver em tratamento;
Alimentos: existem alguns alimentos que podem aumentar a produção de ácido no estômago ou relaxar a válvula entre o esôfago e o estômago. Café, chás, refrigerantes, comidas gordurosas e condimentadas, frutas cítricas e chocolate são alguns deles. Além disso, é fundamental evitar bebidas alcoólicas e o tabagismo;
Elevar a cabeceira da cama: é uma ação importante, já que o refluxo ocorre com mais facilidade ao deitar. Portanto, ao elevar a cabeceira, o problema pode diminuir consideravelmente;
Não deitar logo após as refeições: espere, pelo menos, duas horas para se deitar. Dessa forma, o estômago ficará vazio e a possibilidade de ocorrer o refluxo diminui;
Grande quantidade de alimentos: evite ingerir comida em excesso de uma única vez. Em contrapartida, prefira várias refeições pequenas por dia;
Emagrecer: reduzir o peso, caso esteja acima do ideal, também é uma ação eficaz.
- Tratamento Clínico: caso o médico considere uma boa opção, pode ser realizada uma cirurgia para resolver o problema de refluxo. Antes da decisão, deve-se considerar fatores como, por exemplo, há quanto tempo o paciente tem a doença, a intensidade dos sintomas, idade do indivíduo, sua resposta ao tratamento clínico e se possui outras doenças associadas.
Primeiramente é aplicada anestesia geral para, então, corrigir a hérnia de hiato (abertura exagerada do diafragma). Em seguida é confeccionada uma válvula para eliminar o refluxo, feita com tecidos do próprio organismo. É simples: a parte final do esôfago é completamente envolvida pelo estômago, comprimindo-o e impedindo o refluxo.
Além disso, a operação pode ser realizada também via laparoscopia, na maioria dos pacientes. Primeiramente é injetado gás carbônico dentro do abdômen para criar um espaço em que o cirurgião poderá fazer o procedimento com segurança. Em seguida, 5 ou 6 pequenos furos são feitos na barriga. Então, uma câmera é inserida através de um deles para que o médico e sua equipe possam visualizar melhor a cirurgia.
Entre os benefícios dessa cirurgia estão, por exemplo, uma recuperação mais rápida do paciente, resolução total e definitiva da doença, pouca dor pós-operatória, mínima cicatriz e risco de infecção pequeno.
Pós-operatório
- Ingestão somente de líquidos nos primeiros dias. Nesse sentido, é sugerido qualquer alimento que possa ser preparado no liquidificador ou que derretam na boca como, por exemplo, gelatina, pudim e chocolate. Sucos de frutas, mesmo ácidos, podem ser ingeridos;
- Evitar bebidas com gás (refrigerantes, cerveja, água com gás) nos primeiros meses;
- Coma e beba devagar, em pequenas quantidades. Isso porque a ingestão rápida pode provocar desconforto ou até dor no peito;
- Pode ser que o paciente tenha a impressão de que seu estômago diminuiu de tamanho e dificuldade na capacidade de comer e engolir. Isso faz com que muitos percam peso;
- É comum sentir dores no ombro. Trata-se de uma consequência da irritação de um nervo que fica entre o abdômen e o tórax. Entretanto, essa dor costuma sumir em poucas horas ou até dias. Se for intensa, pode ser o caso de tomar um analgésico receitado pelo médico;
- As incisões serão fechadas através de pontos e cobertas com curativos. Então, é comum que ocorra inchaço, hematomas ou pequenos sangramentos. Não é preciso se preocupar. Além disso, o paciente não deve retirar o micropore sem orientação médica, podendo tomar banho e molhá-lo sem problemas;
- Respire fundo por 3 vezes a cada hora. Desse modo, você expande melhor seu pulmão e evita complicações como, por exemplo, febre e pneumonia;
- Evite ficar muito tempo sentado ou deitado. Por isso, procure andar bastante e subir escadas. Quando estiver se movimentando rápido e com pouca dor, pode voltar a dirigir. Além disso, não deve levantar objetos pesados e tossir/espirrar com delicadeza para evitar hérnia.
Descrição: A hepatologia é a área de atuação da gastroenterologia responsável pelo estudo das alterações do fígado e das vias biliares. As doenças hepáticas têm uma ampla variedade de sinais e sintomas, e podem variar de simples alterações de bioquímica hepática até doenças graves e ameaçadoras à vida. Dentre as alterações que podem ser acompanhadas pelo hepatologista podemos citar a esteatose hepática (gordura no fígado), a cirrose hepática, doenças autoimunes que acometem o fígado, hepatites das mais variadas causas (aquelas causadas por vírus, pelo uso de medicamentos, por abuso de álcool, por auto-imunidade, etc.).
O foco do médico hepatologista é o diagnóstico precoce das alterações hepáticas e a prevenção da progressão das doenças hepáticas para o seu estágio final (cirrose), uma vez que as doenças hepáticas em fase inicial são assintomáticas (pacientes apresentam alterações em exames laboratoriais e de imagem). Em sua fase final, a doença hepática pode ser manifestar com ascite (água na barriga), encefalopatia (confusão mental, agressividade, desorientação), hemorragia digestiva alta (vômitos com grande quantidade de sangue e fezes escurecidas).
Além disso, o médico hepatologista também pode realizar o acompanhamento das lesões focais do fígado – nódulos hepáticos – esses na maioria das vezes assintomáticos, encontrados ao acaso em exames de imagem.
CIRROSE: A Cirrose Hepática, doença muito conhecida e relacionada ao consumo de álcool, é na verdade um termo médico utilizado para designar um fígado com cicatrizes. Por isso, qualquer doença que acomete o fígado, gerando sua inflamação de forma crônica, pode levar a formação de cicatrizes no órgão e consequentemente ao surgimento de cirrose.
Os sintomas relacionados a cirrose, geralmente acontecem em estágios tardios da doença, entre eles podemos citar:
- Sangramento volumoso originado em vasos sanguíneos esofágicos (varizes esofágicas);
- Aumento de volume abdominal (relacionado ao acúmulo de líquido – ascite);
- Confusão mental, coma, agitação;
- Icterícia – popularmente chamado amarelão
Devemos então nos antecipar em relação a formação das “cicatrizes” no fígado e tratar as causas de inflamação do órgão para evitar que o paciente desenvolva a cirrose, doença esta, que em alguns casos pode inclusive levar o paciente a necessidade de transplante hepático (em casos que a função do fígado está tão prejudicada que órgão não funciona como deveria).
FÍGADO: O fígado é um grande órgão (o segundo maior do corpo) localizado no quadrante superior direito do abdome.
O termo “hepatite” refere-se ao processo inflamatório que acomete o fígado de forma difusa e que possui as mais variadas causas.
Quando falamos em hepatite, a primeira coisa que vem à mente das pessoas são as hepatites virais. Falando especificamente sobre elas, a hepatite A corresponde a um quadro autolimitado e na sua grande maioria benigno, enquanto as hepatites B e C podem cursar com infecção crônica e consequentemente levar a complicações de um fígado cronicamente inflamado – cirrose e em alguns casos hepatocarcinoma (câncer de fígado). A hepatite B atualmente é uma doença que podemos realizar a prevenção através de esquemas de vacinação; enquanto a hepatite C tem vacina atualmente disponível, e aqueles pacientes infectados podem ser tratados e curados, impedindo a progressão da doença hepática para cirrose
Vale a pena lembrar de outras causas que podem levar a “hepatite”, abaixo descritas:
- Abuso de álcool, leva a hepatite alcoólica aguda, doença que se não identificada pode levar o paciente a óbito em alguns casos;
- Esteatose hepática (“gordura no fígado”), em pacientes predispostos pode gerar a inflamação e consequentemente a esteatohepatite não alcoólica (NASH), que hoje tem tem se tornado uma causa importante de cirrose hepática, pela inflamação crônica;
- Uso de medicações, naqueles pacientes que apresentam uma sensibilidade maior a alguns medicamentos e isso pode levar ao surgimento da doença hepática induzida por medicação
- Doenças autoimunes do fígado e vias biliares: Hepatite autoimune, Colangite Biliar Primária, Colangite Esclerosante;
- Doenças genéticas: Hemocromatose, Doença de Wilson, Deficiência de alfa 1 antitripsina;
A obesidade é uma doença comum que ocorre por consequência do acúmulo excessivo de gordura no corpo. Tem sido considerada um dos maiores problemas de saúde pública atualmente, pois sua incidência está aumentando em grandes proporções.
Para determinar se um indivíduo é obeso, o método mais utilizado é o cálculo do IMC (Índice de Massa Corpórea). A fórmula conhecida é o peso dividido pela altura ao quadrado. O diagnóstico, bem como a intensidade da doença, pode ser estabelecido de acordo com a tabela abaixo:
Classificação Índice de Massa Corpórea
Baixo peso (magro) menor do que 18,5
Normal 18,5 – 24,9
Sobrepeso 25,0 – 29,9
Obesidade leve 30,0 – 34,9
Obesidade moderada 35,0 – 39,9
Obesidade mórbida acima de 40,0
Portanto, obesidade mórbida é o termo da medicina que indica pessoas com grande excesso de peso. Além disso, apresentam risco elevado de complicações, caso não sejam tratadas adequadamente.
RISCOS: pacientes com obesidade mórbida possuem chances maiores de adquirir diversas doenças e até mesmo risco de morte. As principais são:
Doenças cardíacas ou de circulação como, por exemplo, infarto, derrame e hipertensão arterial;
Diabetes;
Alterações na coluna e nas articulações;
Problemas no aparelho digestivo, como pedra na vesícula ou refluxo;
Alterações hormonais e sexuais;
Dificuldade em respirar e dormir;
Depressão e outros problemas psicológicos;
Conforme a idade, pessoas com obesidade têm chances de 6 a 12 vezes maiores de morte do que um indivíduo saudável.
CAUSAS: De acordo com pesquisadores, as causas da obesidade mórbida são complexas e podem envolver diversas questões. A hereditariedade, por exemplo, é um fator importante. Por isso, pessoas com um ou mais membros da família com a doença costumam ter o mesmo problema.
Além disso, a ingestão de alimentos em grande quantidade, com alto teor calórico, associada a atividade física insuficiente, colabora para um quadro de obesidade. Alterações psicológicas, fatores ambientais, econômicos, culturais, sociais e algumas doenças hormonais também estão entre as causas.
TRATAMENTO: A obesidade mórbida pode ser tratada de forma clínica ou cirúrgica.
Tratamento Clínico: Nesse caso é possível controlar a obesidade leve e moderada com dieta rigorosa e um plano frequente de exercícios, que podem ser associados a medicamentos que diminuem o apetite. No entanto, essas medidas não são eficazes a longo prazo para a maioria dos pacientes mórbidos.
Embora a taxa de insucesso seja elevada, todo indivíduo com a doença deve se submeter ao tratamento clínico por, pelo menos, dois anos, sob supervisão médica, antes de ser considerada a cirurgia.
Tratamento Cirúrgico: Trata-se do único método que promove perda de peso prolongada. Além disso, reduz os riscos de complicações e morte. Para proteger os pacientes, o Conselho Federal de Medicina (CFM) regulamentou as indicações e os tipos de cirurgia que podem ser realizados no Brasil.
Essa resolução estabelece que apenas os pacientes que preenchem os requisitos abaixo podem ser submetidos à cirurgia para tratar a obesidade mórbida. São eles:
Indivíduos com IMC acima de 40. No entanto, pessoas com índice superior a 35 que apresentem doenças associadas com risco de vida também estão contempladas. As patologias podem ser, por exemplo, diabetes melito, apneia do sono, hipertensão arterial, dislipidemia, doenças das artérias do coração e das articulações;
Ter idade superior a 18 anos. Jovens entre 16 e 18 anos, bem como os idosos, podem ser operados apenas após precauções especiais;
Devem ter tido resultado insatisfatório do tratamento clínico;
Não ter dependência em drogas ilícitas ou em bebidas alcoólicas, bem como não possuir doenças psicóticas ou demências;
O paciente e a família devem compreender os riscos e as mudanças de hábitos inerentes à cirurgia. Além disso, precisam estar cientes da necessidade de acompanhamento pós-operatório com uma equipe multidisciplinar por toda a vida.
PRÉ-OPERATÓRIO: Os candidatos à cirurgia, conscientes dos riscos e das modificações que irão causar em sua vida, precisam ser submetidos a uma avaliação pré-operatória completa. Dessa forma é possível determinar as complicações que podem ocorrer e comprometer o resultado.
A avaliação é realizada por uma equipe multidisciplinar experiente no cuidado a pacientes com obesidade mórbida. Não só serão solicitados exames, mas também uma análise com especialistas das áreas de endocrinologia, nutrição, psiquiatria ou psicologia, e outros que possam ser considerados necessários.
A CIRURGIA: As operações utilizadas para tratar obesidade mórbida também são conhecidas como cirurgia bariátrica. Os diversos procedimentos existentes podem ser divididos em:
Restritivos: são operações que reduzem o tamanho do estômago e limitam a quantidade de alimento que o paciente poderá ingerir. Nesse sentido, mesmo que queira, o indivíduo não consegue consumir uma grande quantidade de alimento de uma só vez, passando a se sentir satisfeito com uma porção menor.
Entre os tipos de cirurgias restritivas está o balão intragástrico, feito de silicone e que é inserido no estômago para reduzir sua capacidade e a ingestão de alimentos. É um método temporário que deve ser retirado após, no máximo, seis meses para evitar complicações.
Outra opção é a banda gástrica, uma prótese de silicone em forma de banda ou fita, colocada em volta da parte de cima do estômago. Dessa forma, cria um reservatório de pequena capacidade, cerca de 30 ml. O grau de estreitamento do órgão pode ser ajustado, ampliado ou reduzido, no pós-operatório com a injeção de líquido na banda.
Além disso, a gastrectomia vertical também é uma opção. Consiste em retirar um pedaço considerável do estômago (cerca de 70 a 80%), deixando apenas um pequeno segmento. É de fácil realização e possui complicações nutricionais mínimas.
Malabsorvitivos ou Disabsortivos: essas cirurgias fazem um desvio do intestino e diminuem a quantidade de alimentos que o organismo pode absorver. Dessa forma, a parte do alimento não absorvida é eliminada nas fezes.
Mistos: associam a redução do tamanho do estômago com um desvio do intestino. Assim, ocorre tanto uma diminuição da quantidade de alimentos que pode ser ingerida quanto da porção que pode ser absorvida pelo organismo.
PÓS-OPERATÓRIO: para uma boa recuperação, é importante que o paciente siga as orientações abaixo:
O médico deverá orientar como será a dieta pós-operatória, normalmente evitando grandes quantidades de alimentos em uma única refeição. Além disso, poderá receitar vitaminas e sais minerais;
As incisões serão fechadas através de pontos e cobertas com curativos. Então, é comum que ocorra inchaço, hematomas ou pequenos sangramentos. Não é preciso se preocupar;
Respire fundo 3 vezes a cada hora. Desse modo, você expande melhor seu pulmão e evita complicações como, por exemplo, febre e pneumonia;
Evite ficar muito tempo sentado ou deitado. Por isso, procure andar bastante e subir escadas. Quando estiver se movimentando rápido e com pouca dor, pode voltar a dirigir. Além disso, não deve levantar objetos pesados e tossir/espirrar com delicadeza para evitar hérnia;
Caso a operação tenha sido feita com a técnica de laparoscopia, é comum sentir dor no ombro. Geralmente, desaparece em poucos dias.
BALÃO INTRAGÁSTRICO: O balão intragástrico é um recurso clínico de tratamento da obesidade que consiste na colocação de uma prótese de silicone no estômago por endoscopia digestiva alta em regime ambulatorial com o paciente sedado e supervisionado por um médico anestesiologista.
O balão é preenchido por uma solução de metileno com volumes entre 400 e 700 ml até adquirir o formato esférico, ocupando grande parte do estômago. Promove diminuição do apetite e saciedade precoce pela presença mecânica do balão no estômago. Ele pode permanecer por até 06 meses no estômago. A urina deve sempre ser monitorada. Caso esteja azulada ou esverdeada, o médico precisa ser avisado imediatamente.
O balão intragástrico é indicado para pacientes com IMC igual ou superior a 27 kg/m² e inferior a 35 kg/m²; com IMC superior a 35 kg/m² e que não querem ou que apresentam contraindicações para o tratamento cirúrgico; preparo pré-operatório em pacientes superobesos (IMC >50 kg/m²) com objetivo de redução do peso e melhora das condições clínicas; e pacientes que não aceitam ou não suportam outras formas de tratamento clínico.
A colocação do balão é contraindicada em pacientes submetidos a ressecções gástricas ou fundoplicatura prévias, dependentes de álcool ou drogas, que fazem uso crônico de anticoagulantes, gestantes, cirróticos descompensados, presença de varizes esofagogástricas, graus avançados de esofagite e esôfago de Barrett. Essas situações devem ser discutidas com o médico endoscopista e cirurgião bariátrico previamente.
É indispensável, para esses pacientes, acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, nutricional e retornos frequentes para que a perda de peso seja mais efetiva e duradoura. A atividade física além de auxiliar na perda de peso, é a principal arma contra o reganho de peso após a retirada do balão.
ÁREA DE INFORMAÇÕES
- O balão intragástrico é um recurso clínico de tratamento da obesidade que consiste na colocação de uma prótese de silicone no estômago por endoscopia digestiva alta em regime ambulatorial com o paciente sedado e supervisionado por um médico anestesiologista.
- O balão é preenchido por uma solução de metileno com volumes entre 400 e 700 ml até adquirir o formato esférico, ocupando grande parte do estômago. Promove diminuição do apetite e saciedade precoce pela presença mecânica do balão no estômago. Ele pode permanecer por até 06 meses no estômago. A urina deve sempre ser monitorada. Caso esteja azulada ou esverdeada, o médico precisa ser avisado imediatamente.
- O balão intragástrico é indicado para pacientes com IMC igual ou superior a 27 kg/m² e inferior a 35 kg/m²; com IMC superior a 35 kg/m² e que não querem ou que apresentam contraindicações para o tratamento cirúrgico; preparo pré-operatório em pacientes superobesos (IMC >50 kg/m²) com objetivo de redução do peso e melhora das condições clínicas; e pacientes que não aceitam ou não suportam outras formas de tratamento clínico.
- A colocação do balão é contraindicada em pacientes submetidos a ressecções gástricas ou fundoplicatura prévias, dependentes de álcool ou drogas, que fazem uso crônico de anticoagulantes, gestantes, cirróticos descompensados, presença de varizes esofagogástricas, graus avançados de esofagite e esôfago de Barrett. Essas situações devem ser discutidas com o médico endoscopista e cirurgião bariátrico previamente.
- É indispensável, para esses pacientes, acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, nutricional e retornos frequentes para que a perda de peso seja mais efetiva e duradoura. A atividade física além de auxiliar na perda de peso, é a principal arma contra o reganho de peso após a retirada do balão.
- A constipação intestinal pode ser definida como alteração no funcionamento intestinal com diminuição da frequência evacuativa (menos de 03 vezes por semana), consistência endurecida, dificuldade na eliminação das fezes ou sensação de evacuação incompleta.
- A incidência na população varia de 02 a 27%, podendo atingir qualquer faixa etária de sexo. Porém é mais frequente em mulheres e idosos.
- A maior causa da constipação é, sem dúvida, a baixa ingestão de fibras e líquidos e também o sedentarismo.
- Mesmo quem se alimenta de forma adequada e pratica atividade física também pode ter constipação. Isso pode ocorrer em doenças do metabolismo:
- hipotireoidismo , diabetes),
- doenças neurológicas (esclerose múltipla, doença de Parkinson, AVC),
- uso de medicamentos (antidepressivos, analgésicos, anticonvulsivantes )
- anatômicos (retocele, prolapsos), obstrutivas (aderências, tumores)
- A constipação também está associada a doenças orificiais (hemorroidas, fissuras anais) e a impactação fecal (fecaloma)
- Se você tiver constipação, não faça uso inadvertido de laxantes. Procure um médico coloproctologista ou gastroenterologista.
- O que é?
Comer é uma coisa muito gostosa, e ninguém precisa sofrer com uma digestão difícil, náuseas, saciedade precoce, empachamento, desconforto ou dor de estômago. A seguir, você receberá dicas e orientações que poderão ajudá-lo(a) a viver melhor.
- Sabe onde começa a primeira etapa da digestão?
Na sua cabeça. Antes mesmo de colocarmos um alimento na boca, a primeira etapa da digestão já está acontecendo na nossa cabeça. Basta perceber que estamos com fome ou com “vontade de comer” e pronto, os órgãos da digestão já estão começando a trabalhar!
- Como isso acontece?
- Quando o nosso organismo é estimulado através do cheiro, do sabor ou simplesmente pela pura vontade de comer, existe um aumento da salivação e do suco gástrico (rico em substâncias ácidas), responsáveis pelo trabalho de digerir os alimentos. Antes de engolir, nós trituramos os alimentos através da mastigação, misturando-os com a saliva.
- E depois que a gente engole o alimento?
- O alimento triturado começa a percorrer o esôfago, um tubo muscular localizado no meio do peito que “conduz” o alimento até o estômago através de movimentos de contração (peristaltismo). No final desse tubo existe uma espécie de “válvula” muscular chamada esfíncter. Quando as contrações atingem a parte inferior do esôfago, o esfíncter se abre e o alimento desce para o estômago. Em seguida, o esfíncter se contrai, impedindo que o suco gástrico e os alimentos retornem para o esôfago.
- Conhecendo o estômago
- Agora, os alimentos já estão no estômago. Ele também tem camadas musculares que realizam contrações para finalizar a trituração dos alimentos e misturá-los aos sucos digestivos, diminuindo o tamanho das partículas dos alimentos ingeridos para facilitar a absorção. Aos poucos os alimentos vão chegando até o início do intestino, onde serão aproveitados pelo organismo para nutrir todos os órgãos do nosso corpo.
- Se tudo é assim tão programado, por que, às vezes, nós temos problemas com digestão ou alimentos?
No tubo digestivo podem ocorrer algumas perturbações, que na maioria dos casos são apenas no modo de funcionamento, sem lesão dos órgãos. Em outros casos, as perturbações são provocadas por lesões, como úlceras, inflamações ou tumores. Estas perturbações podem prejudicar o bom funcionamento do nosso organismo.
- Você tem dispepsia funcional?
O nome pode parecer estranho, mas os sintomas provavelmente você conhece ou já ouviu falar (digestão difícil, náuseas, vômitos, saciedade precoce, empachamento, desconforto ou dor de estômago). Na maioria dos casos, ocorrem devido às alterações nos movimentos de contração do estômago e do início do intestino (duodeno), ou simplesmente porque o estômago de algumas pessoas é mais sensível. Os médicos chamam estes distúrbios de dispepsia funcional.
Em outros casos, esses mesmos sintomas podem ser decorrentes de lesões ou de doenças do estômago e do duodeno (úlcera/câncer) ou por doenças da vesícula ou do pâncreas. São então chamados de dispepsia orgânica. O exame mais indicado para um diagnóstico seguro é a endoscopia.
Mas fique tranqüilo, existe tratamento para a dispepsia funcional! Comece por rever seus hábitos comportamentais e alimentares.
- Regra número 1: Como e o que comer?
Existem alguns alimentos que são naturalmente mais difíceis de digerir: frituras, alimentos gordurosos, doces concentrados, chocolate, condimentos fortes, etc.
Além desses, cada um de nós percebe que um ou outro alimento não “lhe cai bem”. Não adianta insistir. É comer e passar mal! Por isso, evite esses alimentos.
- Sabe o que mais? O estômago sofre quando a gente o sobrecarrega demais, seja com o tipo do alimento, seja com a quantidade de comida ou bebida ou pela mastigação inadequada. É muito mais fácil para ele digerir pequenas quantidades e alimentos bem triturados.
- Além disso, observe:
As preocupações, as tensões que não são bem “digeridas” pelo seu organismo, aquele assunto que “não desce bem”, podem provocar dor no estômago. E aí cada um precisa encontrar seu jeito de lidar com a situação, porque preocupações e tensões todos nós temos. E assim, como no caso dos alimentos, vale muito mais o seu procedimento: o que você vai “colocar pra dentro”, o que não vai, como vai mastigar e digerir aquilo.
Seu médico, e somente ele, poderá recomendar a medicação correta. Para isso, é importante que você descreva claramente os sintomas.
- O que você sente exatamente?
É uma dor ou desconforto na boca do estômago? Sensação de estufamento? Azia ou queimação? Qualquer comida fica o dia inteiro na memória?
- Quando e em quais circunstâncias você sente isso?
Antes ou após as refeições?
- O que normalmente alivia os seus sintomas?
A alimentação? Um antiácido?
- O que faz aumentar os sintomas?
Algum tipo de alimento em especial? Tensão emocional? Estresse?
- Com que frequência você tem esses sintomas?
Várias vezes ao dia? Uma vez por semana?
De acordo com o relato de seus sintomas mais importantes, seu médico poderá:
1) Aconselhar algumas adequações em seus hábitos de vida.
2) Prescrever medicamentos que facilitem o esvaziamento do estômago (pró-cinéticos), ou medicamentos que diminuam a produção de ácidos (inibidores de bomba protônica ou antagonistas dos receptores H2). Os medicamentos pró-cinéticos podem ajudar na digestão e os inibidores da acidez são eficientes para combater a dor e a queimação do estômago.
Muitas vezes, você vai acabar comendo uma fatia a menos de picanha, vai trocar aquele sanduíche “caprichado no molho” por um outro mais leve. Ou vai até mesmo resistir àquela torta de chocolate que a sua sogra consegue acertar e, sem perder a amizade, vai acabar maneirando naquele cupim maravilhoso que o seu amigo faz tão bem!
- DISPEPSIA
Dispepsia é um termo utilizado para caracterizar dor localizada no epigástrio (andar superior do abdômen), geralmente acompanhada da sensação de desconforto como peso, plenitude e empachamento pós-prandial, distensão do abdômen superior, eructações, saciedade precoce, náuseas e vômitos.
É uma condição clínica bastante frequente podendo afetar 15 a 40% da população adulta e contribui para diminuição na qualidade de vida do paciente.
- CAUSAS
A dispepsia pode ser causada por doenças que acometem o estômago e duodeno como úlceras pépticas, medicamentos, dentre eles os antiinflamatórios, infecções como o Helicobacter pylori, parasitoses, câncer do trato digestivo; doenças pancreáticas; na vesícula biliar (pedra na vesícula), entre outras.
Na ausência de doenças estruturais ou metabólicas, a dispepsia é considerada funcional.
- DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é baseado nos sintomas, tempo de duração, avaliação dos fatores ambientais e uso de medicamentos que possam estar relacionados à sintomatologia.
A endoscopia digestiva alta é um importante método diagnóstico, sobretudo nos casos com sinais de alarme como emagrecimento, anemia, idade avançada. A investigação complementar deverá incluir a pesquisa do H.pylori e, caso presente, realizar o tratamento específico.
A investigação complementar inclui ainda exames laboratoriais e ultrassonografia.
- TRATAMENTO
Apenas o seu médico é capaz de determinar qual o melhor tratamento para a dispepsia.
A abordagem deve ser individualizada. No caso da dispepsia secundária, enfatiza-se o tratamento da doença de base. Na dispepsia funcional é importante a mudança no estilo de vida: alimentação saudável, refeições fracionadas, com menor volume, menor teor de gordura, exercícios físicos regulares, bem como cessação do tabagismo. Isso somado ao reconhecimento dos fatores emocionais que podem estar influenciando no agravamento dos sintomas e o tratamento medicamentoso.
- Doença do Refluxo Gastroesofágico | DRGE
- O que é Doença do Refluxo Gastroesofágico | DRGE?
É uma condição onde há passagem do conteúdo gástrico (ácido, alimento, bile) para o esôfago ou estruturas próximas a ele, causando sintomas desagradáveis ou complicações. É um dos diagnósticos mais comuns na gastroenterologia, pois afeta de 12% a 20% da população brasileira.
- Por que ocorre DRGE?
Vários fatores estão relacionados à DRGE. O principal deles é a incompetência ou mau funcionamento da válvula entre o esôfago e o estômago (chamado de esfíncter esofagiano inferior). Outra condição que favorece o refluxo ácido é a presença da hérnia de hiato que se caracteriza pela migração de parte do estômago para a cavidade torácica.
- Quais os sintomas da DRGE?
Os sintomas podem ser esofagianos ou extra-esofagianos (fora do esôfago). Os sintomas esofagianos, também chamados de típicos, são a pirose (azia ou queimação no peito) e regurgitação (quando ácido ou alimento com ácido sobe pelo esôfago). Já os sintomas extra-esofágicos, comprometem órgãos próximos ao esôfago, especialmente a laringe (causando tosse, rouquidão ou pigarro) e o pulmão (causando asma, tosse ou fibrose pulmonar). Outro sintoma importante da DRGE é a dor torácica, que por vezes simula a dor cardíaca (angina).
- Como a DRGE pode ser diagnosticada?
Muitas vezes somente pelos sintomas de pirose e regurgitação há forte suspeita de DRGE. No entanto, a confirmação da doença pode ser feita por exames. A endoscopia digestiva alta é o exame mais solicitado e ela permite avaliar as lesões causadas dentro do esôfago pelo refluxo de ácido, além de verificar a presença de hérnia de hiato. Há exames que quantificam o refluxo como a pHmetria ou impedancio-pHmetria. Dependendo de cada caso, outros exames também podem ser realizados.
- Como a DRGE pode ser tratada?
O tratamento visa controlar os sintomas, cicatrizar as lesões e prevenir as complicações da DRGE. Atualmente há três modalidades de tratamento: clínico, cirúrgico e endoscópico. A grande maioria dos pacientes se beneficia do tratamento clínico que envolve medidas comportamentais e utilização de medicamentos que bloqueiam ou inibem a produção de ácido pelo estômago. As medidas comportamentais mais eficazes para controlar o refluxo são a perda de peso, comer menores quantidades de alimentos durante as refeições, não deitar logo após comer, consumir bebidas alcoólicas com moderação e não fumar. O tratamento cirúrgico está reservado para casos especiais, assim como o tratamento endoscópico. Cada indivíduo tem uma situação particular que necessita ser analisada pelo médico e, juntos, médico e paciente, podem definir a melhor abordagem para o combate da DRGE.